04/07/2014 15h06 - Atualizado em 04/07/2014 15h06
Durante os meses de dezembro de 2013 e janeiro e fevereiro deste ano as precipitações ficaram abaixo da média em praticamente todas as regiões do Paraná. Também foram irregulares, favorecendo as culturas de verão nas áreas onde ocorreram, provocando queda na produtividade da soja e do milho. As temperaturas acima da média também aumentaram a evapotranspiração e a perda de umidade do solo. Esta combinação de fatores climáticos causou redução da produção da primeira safra de soja e de milho e retardou o plantio da segunda safra do milho e do feijão.
As precipitações retornaram ao normal a partir do último decêndio de fevereiro e favoreceram o término do ciclo das lavouras de verão e o plantio e o desenvolvimento da segunda safra, embora uma parte da segunda safra de milho tenha sido plantada fora do período recomendado.
Em junho se verificou volume de chuvas muito acima da média histórica nas regiões centro-sul, sudoeste e oeste do Estado, principalmente durante o primeiro decêndio e superando os 400 mm em diversas localidades. Elas provocaram alagamentos, destruição da infraestrutura, erosão laminar e profunda nas lavouras e perda de qualidade de parte da segunda safra do milho e feijão que estavam em processo de colheita.
ARROZ
Segundo o DERAL/SEAB, a área plantada de sequeiro é de 10.907 hectares e a irrigada de 18.804 hectares, registrando recuos em relação a safra passada de 15% na de sequeiro 6% na irrigada. As previsões de produção são de 19.230 toneladas e de 136.848 toneladas, respectivamente, volumes 23% e 9% menores do que os colhidos na safra anterior. O plantio do sequeiro foi encerrado na primeira quinzena de dezembro e o irrigado no final do segundo decêndio. A colheita foi encerrada na área de sequeiro, com produtividade de 1.768 kg/ha. Na irrigada 99% das lavouras já foram colhidas, com produtividade de 7.626 kg/há e a operação será encerrada no início de julho.
Os produtores já comercializaram 47% da produção de sequeiro e 41% da irrigada.
Os preços médios recebidos pelos produtores foram levemente decrescentes de janeiro para fevereiro e crescentes em março e abril, quando os valores foram de R$ 52,68 e R$ 53,15 a saca do sequeiro e irrigado. Nos meses subsequentes os preços caíram e atingiram em junho os valores de R$ 46,90 e R$ 43,31 a saca, respectivamente, mas mantendo-se em patamares superiores aos preços mínimos.
FEIJÃO 1ª, 2ª e 3ª SAFRAS
Segundo o DERAL/SEAB, na primeira safra, a área de 240.864 hectares e a produção de 410.252 toneladas são 12% e 25% maiores do que os números verificados na safra 2012/13, frustrada por adversidades climáticas. Os elevados preços recebidos pelos produtores na comercialização da safra 2012/13 motivaram a ampliação da área cultivada.
A colheita foi encerrada há três meses e 94% da produção já foram vendidas pelos produtores.
Os números referentes a segunda safra apontam a área de 259.192 hectares, 2% menor do que a safra 2013, e a previsão de produção de 416.552 toneladas será 23% maior do que a colhida no ano anterior, frustrada por adversidades climáticas, mas significativamente menor do que a inicialmente prevista e também em função dos problemas climáticos ocorridos. Somente o excesso de chuvas de junho provocou redução de 39 mil toneladas na estimativa de produção. O plantio foi concluído em março e em 91% da área já ocorreu a colheita, com produtividade de 1.616 kg/ha. Nas demais, a cultura se encontra em maturação. Apenas 42% da produção foram comercializadas pelos produtores.
Na terceira safra, denominada de inverno, a previsão de área e produção é de 4.900 hectares e 5.068 toneladas. A área é 5% menor do que a de 2013 e a estimativa de produção é 2,9% maior. O plantio ocorreu em 94% da área e foi atrasado pelas chuvas. A colheita já se verificou em 23% da área e nas demais a cultura se encontra nas fases de germinação (1%), desenvolvimento vegetativo (8%), floração (15%), frutificação (39%) e maturação (37%).
Os preços recebidos pelos produtores retrocederam em janeiro e se recuperaram em fevereiro e março, quando a média foi de R$ 110,86 a saca do cor e R$ 141,19 a saca do preto. Nos meses seguintes estas médias caíram e ficaram em junho em R$ 63,09 e R$ 95,17 a saca, respectivamente.
O governo, no final de maio, liberou R$ 2,0 milhões para a compra do feijão cor no Paraná, para garantir aos produtores o recebimento do preço mínimo. Em junho a SUREG solicitou a alocação de mais R$ 20,4 milhões.
MILHO 1ª e 2ª SAFRAS
O DERAL estimou a área da primeira safra em 668.259 hectares, 24% menor do que aquela cultivada na safra anterior, e a produção em 5,376 milhões de toneladas, 24% inferior a colhida na safra 2012/13 e em parte afetada pelo clima quente e seco. A cultura perdeu área para a soja e o feijão.
A colheita foi concluída no início de junho e a produtividade média foi de 8.044 kg/ha.
A área estimada para o plantio da segunda safra é de 1,906 milhão de hectares, 12,0% menor do que aquela cultivada na safra anterior, e a previsão de produção soma 9,966 milhões de toneladas, 3% inferior a colhida em 2013. A queda da área cultivada se explica pela redução dos preços de mercado do milho no final do ano passado e pelos bons preços do trigo.
O plantio foi atrasado pela seca, se recuperou com a volta das chuvas e foi concluído no início de abril. Cabe ressaltar que a época ideal expirava em 20 de março. A colheita já ocorreu em 5% da área e a produtividade foi de 5.220 kg/ha. Nas demais, em 2% das lavouras a cultura se encontra em floração, 65% em frutificação e 33% em maturação.
Da primeira safra 2013/14 os produtores já venderam 67% da produção e 6% da segunda safra.
Os preços internos, que estavam em queda até o final do ano passado, se recuperaram no primeiro trimestre deste ano, devido a redução da área plantada e dos problemas climáticos que afetaram o potencial produtivo da primeira e segunda safras. Também contribuíram para esta reação o desempenho das exportações em 2013 e o aumento na taxa de câmbio. No Paraná, em novembro, o preço médio recebido pelos produtores ficou em R$ 17,81 a saca, levemente acima da média de outubro de R$ 17,26 a saca. Nos meses seguintes os preços recebidos pelos produtores reagiram, chegando a R$ 23,29 em março. O baixo volume exportado neste ano e a previsão de recuperação da safra americana provocaram a reversão do movimento nos meses subsequentes e a média de junho ficou em R$ 20,03 a saca.
Não se descarta a necessidade da intervenção do governo no mercado para garantir aos produtores o recebimento do preço mínimo a partir do mês de agosto.
SOJA
A relação mais favorável dos preços da soja em relação ao milho induziu ao aumento de 5,0% na área plantada da leguminosa, para 4,911 milhões de hectares, segundo o DERAL/SEAB. A estimativa de produção de 14,612 milhões de toneladas é 7,0% inferior ao volume colhido em 2012/13 e embute uma perda de praticamente 1,4 milhão de toneladas devido as condições climáticas adversas (seca e temperaturas elevadas).
A colheita foi encerrada no início de maio e registrou produtividade de 2.975 kg/ha.
Os produtores já venderam 68% da safra 2013/14.
O plantio da segunda safra de soja, apesar de não recomendada tecnicamente, será de 106.598 hectares e a estimativa de produção de 194.247 toneladas, números 32% e 48% maiores do que os verificados em 2013. O plantio foi concluído em março e em 93% da área já ocorreu a colheita, com produtividade de 1.858 kg/hectare. Na área restante a cultura se encontra na fase de maturação. Os produtores também já venderam 31% da produção.
Nos meses de novembro e dezembro de 2013 os preços médios recebidos pelos produtores ficaram mais elevados do que a média de outubro. No mês de dezembro o preço médio foi de R$ 66,73 a saca. A baixa disponibilidade do produto para entrega imediata, o aumento da taxa de câmbio, a leve recuperação das cotações internacionais e a firme demanda mundial explicaram esta situação. No entanto, durante o primeiro semestre deste ano, os preços recebidos ficaram abaixo do valor de dezembro e em junho a média foi de R$ 60,87 a saca, em função das menores cotações internacionais e dos prêmios também menores, apesar da recuperação da taxa de câmbio durante o primeiro trimestre. O aumento da área cultivada nos EUA na safra 2014/15 sinaliza preços ainda menores para a soja, principalmente a partir da entrada da safra americana no mercado.
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CULTURAS DE INVERNO
O DERAL/SEAB também divulgou nova estimativa de área e produção para as culturas de inverno, bem como os percentuais de aumento ou redução comparativamente ao desempenho da safra 2013.
Aveia branca: 57.442 hectares (-7%) e 141.072 toneladas (53%)
Aveia preta: 139.730 hectares (-16%) e 188.323 toneladas (79%)
Canola: 7.354 hectares (-53%) e 12.013 toneladas (36%)
Centeio: 1.202 hectares (19%) e 2.641 toneladas (51%)
Cevada: 51.900 hectares (12%) e 213.554 toneladas (11%)
Trigo: 1.332.091 hectares (33%) e 4.008.727 toneladas (112%)
Triticale: 14.135 hectares (-17%) e 45.420 toneladas (8%)
O plantio da aveia branca ocorreu em 91% da área e a cultura atravessa as fases de germinação (8%), desenvolvimento vegetativo (71%), floração (14%) e frutificação (8%). Da aveia preta se verificou em 94% da área, onde a cultura atravessa as fases de germinação (9%), desenvolvimento vegetativo (73%), floração (11%) e frutificação (7%).
A canola perdeu área para o trigo e o plantio foi concluído no início de junho. A cultura se encontra em desenvolvimento vegetativo (22%), floração (64%) e frutificação (13%).
O centeio foi plantado em 56% da área, onde a cultura se encontra nas fases de germinação (13%), desenvolvimento vegetativo (63%) e floração (24%).
A cevada é plantada mais tarde e ocorreu em 23% da área e toda a cultura se encontra nas fases de germinação (81%) e desenvolvimento vegetativo (19%).
O trigo foi semeado em 82% da área e a cultura atravessa as fases de germinação (10%), desenvolvimento vegetativo (59%), floração (23%) e frutificação (8%). Apenas 2% da produção já foram comercializadas antecipadamente pelos produtores. Os preços médios mensais, no último trimestre de 2013 e durante todo o primeiro semestre de 2014, ficaram abaixo da média de setembro de 2013 de R$ 49,04 e recuaram ainda mais com a autorização de importação de mais 1,0 milhão de toneladas isentas de TEC em maio deste ano. Em junho os produtores receberam em média R$ 41,78 a saca e a tendência é de continuidade destas quedas nos próximos meses.
A semeadura do triticale ocorreu em 55% da área e 15% da cultura se encontra em germinação, 67% em desenvolvimento vegetativo e 18% em floração.
As condições de clima nos meses de abril e maio favoreceram as operações de plantio e o desenvolvimento das culturas de inverno. Em junho, o excesso de chuva provocou erosão e o retardamento do plantio e atrapalhou o combate as pragas e doenças.
Em 03 de julho de 2014.