04/08/2014 16h11 - Atualizado em 05/08/2014 15h04

Análise do levantamento da safra de cana-de-açúcar 2014/15

O último levantamento da safra 2013/14, efetuado pelo DERAL/SEAB, apontou a área total de 666.848 hectares e a produção total de 50.421,6 mil toneladas de colmos, números 1% e 2% maiores do que os verificados na safra anterior. A estimativa de produção de colmos destinados à industrialização é de 42,2 milhões de toneladas. As estimativas de produção de açúcar e de álcool são de 3,04 milhões de toneladas e de 1,5 bilhão de litros, praticamente os mesmos valores verificados na safra anterior. Segundo o DERAL, no primeiro semestre a colheita atingiu 25% do total previsto para o ano. Este levantamento do DERAL equivale à safra 2014/15 da CONAB e da ALCOPAR.

Segundo a ALCOPAR, na safra 2013/14 as empresas colheram e moeram 42,2 milhões de toneladas de colmos em 581,942 mil hectares. E para a safra 2014/15 deverão repetir praticamente os mesmos números de produção de colmos e de área colhida, ou seja, 42,5 milhões de toneladas e 581 mil hectares, que resultarão na produção de 3,0 milhões de toneladas de açúcar e de 1,5 bilhão de litros de álcool, também os mesmos valores alcançados na safra 2013/14.
Até o dia 15 de julho, segundo a ALCOPAR, foram moídas 16 milhões de toneladas de cana, que resultaram na produção de 950 mil toneladas de açúcar e de 575 milhões de litros de álcool. O ATR acumulado foi de 125,13 kg, levemente abaixo dos 126,01 kg verificados na safra 2013/14.
O déficit hídrico e as elevadas temperaturas que ocorreram nos meses de dezembro de 2013 e em janeiro e fevereiro deste ano retardaram o desenvolvimento das plantas, isto porque, durante a estiagem, as mesmas pararam de crescer. Mas a volta das precipitações desde o final de fevereiro favoreceu a recuperação dos canaviais, embora o excesso de chuva verificado durante o mês de junho atrapalhou a colheita e o transporte da cana, porque comprometeu a infraestrutura viária em diversas regiões do Estado.
Outra consequência do tempo seco e quente foi o início mais tardio da moagem da safra, apenas na segunda quinzena de março e por 14 a 15 usinas. As demais começaram a moer em abril e algumas, inclusive, no início de maio. Ressalta-se que, das 30 empresas existentes no Estado, 27 estão operando, duas fecharam as portas e uma vendeu os canaviais para outra empresa.
Os preços médios do açúcar e do álcool, posto usina, em junho, foram de R$ 48,92 a saca de 50 kg do açúcar, de R$ 1,34 o litro do anidro e de R$ 1,22 o litro do hidratado. Todos os preços estão um pouco mais elevados comparativamente aos praticados no ano passado, mas não trazem maior alento ao setor. O álcool, no presente momento, representa melhor negócio para as empresas, que continuam a operar com margens praticamente inexistentes ou negativas, explicando o fechamento de algumas e a entrada em recuperação judicial de outras.

Em 31 de julho de 2014.

Eugênio Stefanelo COLUNISTA Eugênio Stefanelo
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Apresentador do programa Negócios da Terra, professor da UFPR e doutor em economia agrícola.

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