03/10/2014 10h45 - Atualizado em 03/10/2014 10h45
Durante os meses de dezembro de 2013 e janeiro e fevereiro deste ano as precipitações foram irregulares e ficaram abaixo da média em praticamente todas as regiões do Paraná. Também as temperaturas acima da média aumentaram a evapotranspiração e a perda de umidade do solo.
As precipitações retornaram ao normal a partir do último decêndio de fevereiro e favoreceram o término do ciclo das lavouras de verão e o plantio e o desenvolvimento da segunda safra, embora uma parte da segunda safra de milho foi plantada fora do período recomendado.
Em junho, as chuvas foram muito acima da média histórica nas regiões centro-sul, sudoeste e oeste do Estado, principalmente durante o primeiro decêndio e superaram os 400 mm em diversas localidades. Elas provocaram alagamentos, destruição da infraestrutura, erosão laminar e profunda nas lavouras e perda de qualidade de parte da segunda safra do milho e feijão que estavam em processo de colheita.
Durante os meses de julho, agosto e setembro, tanto as precipitações quanto as temperaturas ficaram dentro da normalidade. As geadas de fraca intensidade se restringiram à região sul do Estado e não afetaram nem a segunda safra e nem as lavouras de inverno.
ARROZ
Segundo o DERAL/SEAB, a área plantada de sequeiro é de 9.641 hectares e a irrigada de 19.362 hectares, registrando recuo em relação a safra passada de 12% na de sequeiro aumento de 3% na irrigada. As produções de 18.973 toneladas e de 145.950 toneladas, respectivamente, são 1% menor e 4,3% maior do que os volumes colhidos na safra 2013/14. O plantio do sequeiro atinge 4% da área e 77% da cultura se encontra na fase de germinação e 23% em desenvolvimento vegetativo. O irrigado já teve 65% da área semeada e a cultura atravessa as fases de germinação (1%) e desenvolvimento vegetativo (99%). Os rendimentos esperados oscilam entre 1.865 a 2.090 kg/hectare do sequeiro e entre 7.138 a 7.891 kg/hectare do irrigado.
Os produtores já comercializaram 81% da produção de sequeiro e 70% da irrigada referente a safra 2013/14.
Os preços médios recebidos pelos produtores permaneceram superiores aos preços mínimos durante todos os meses deste ano, aumentando até o mês de abril e reduzindo em maio e junho, quando os valores ficaram em R$ 46,90 e R$ 43,31 a saca do sequeiro e irrigado, respectivamente. Nos meses subsequentes permaneceram em patamares superiores a estes valores, atingindo em setembro as médias de R$ 47,52 e R$ 47,18 a saca, respectivamente.
FEIJÃO 1ª SAFRA
Segundo o DERAL/SEAB, na primeira safra, a área de 206.373 hectares e a produção de 384.148 toneladas são 13,0% e 5,0% menores do que os números verificados na safra 2013/14. Os baixos preços recebidos pelos produtores na comercialização da safra 2013/14 motivaram esta queda na área cultivada.
O plantio já ocorreu em 44% das lavouras e a cultura se encontra nas fases de germinação (57%), desenvolvimento vegetativo (41%) e floração (2%).
Da colheita referente a safra 2013/14, 98% da primeira, 83% da segunda e 58% da produção da terceira safra já foram comercializadas pelos produtores.
Os preços recebidos pelos produtores retrocederam em janeiro e se recuperaram em fevereiro e março, quando a média foi de R$ 110,86 a saca do cor e R$ 141,19 a saca do preto. Nos meses seguintes estas médias retrocederam e ficaram em setembro em R$ 53,23 e R$ 92,33 a saca, respectivamente.
O governo, no final de maio, liberou R$ 2,0 milhões para a compra do feijão cor no Paraná, para garantir aos produtores o recebimento do preço mínimo. Em junho e julho foram alocados mais R$ 20,4 milhões e R$ 5,2 milhões em setembro.
MILHO 1ª SAFRA
O DERAL estimou a área da primeira safra em 562.500 hectares, 15,0% menor do que aquela cultivada na safra anterior, e a produção em 4,829 milhões de toneladas, 11,0% inferior a colhida na safra 2013/14. A cultura perdeu novamente área para a soja, que apresenta maior liquidez e expectativa de rentabilidade.
Da primeira safra 2013/14 os produtores já venderam 84% da produção e 37% da segunda safra.
No Paraná, nos meses de janeiro a março deste ano os preços recebidos pelos produtores reagiram, chegando a R$ 23,29 em março. O baixo volume exportado neste ano, a recuperação da safra americana e a normal produção da segunda safra no Brasil provocaram a reversão do movimento nos meses subsequentes e a média de setembro ficou em R$ 17,82 a saca.
O governo alocou R$ 500 milhões para os leilões de PEPRO, depois reduzidos para R$ 300 milhões, que até agora ocorreram com produto originado dos Estados do Brasil Central e Centro Oeste. No entanto, para outubro, a SUREG/PR solicitou recursos para aquisição e PEPRO de parte da produção paranaense, visando impedir que os preços recebidos pelos produtores fiquem abaixo do preço mínimo.
SOJA
A relação mais favorável dos preços da soja em relação ao milho induziu ao aumento de 3,0% na área plantada da leguminosa, para 5,049 de hectares, segundo o DERAL/SEAB. A produção estimada de 17,160 milhões de toneladas é 18,0% maior do que o volume colhido em 2013/14, em parte frustrado pelas condições climáticas adversas (seca e temperaturas elevadas).
A semeadura já ocorreu em 5% da área e a cultura atravessa as fases de germinação (99%) e desenvolvimento vegetativo (1%).
Os produtores já venderam 83% da safra e 77% da segunda safra 2013/14. Também já comercializaram antecipadamente 5% da produção desta safra 2014/15, aproveitando as condições favoráveis de preços.
No mês de dezembro de 2013 o preço médio recebido pelos produtores foi de R$ 66,73 a saca. A baixa disponibilidade do produto para entrega imediata, o aumento da taxa de câmbio, a leve recuperação das cotações internacionais e a firme demanda mundial explicaram esta elevada cotação. No entanto, durante o primeiro semestre deste ano os preços recebidos ficaram abaixo do valor de dezembro e em junho a média foi de R$ 60,87 a saca, em função das menores cotações internacionais, apesar dos prêmios equivalentes ou maiores. Em setembro os produtores receberam o valor médio de R$ 53,38 a saca.
O aumento da área cultivada e da produção norte americana na safra 2014/15 sinaliza preços ainda menores para a soja, principalmente a partir da maior entrada desta produção no mercado.
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CULTURAS DE INVERNO SAFRA 2013/14 OU 2014 SEGUNDO A CONAB
O DERAL/SEAB também divulgou as estimativas de área e produção para as culturas de inverno, bem como os percentuais de aumento ou redução comparativamente ao desempenho da safra 2013.
Aveia branca: 58.392 hectares (-5,0%) e 140.063 toneladas (53,0%)
Aveia preta: 144.000 hectares (-14,0%) e 193.038 toneladas (84,0%)
Canola: 5.857 hectares (-62 ,0%) e 10.466 toneladas (11,0%)
Centeio: 1.252 hectares (24,0%) e 2.713 toneladas (55,0%)
Cevada: 53.226 hectares (15,0%) e 221.436 toneladas (16,0%)
Trigo: 1.354.240 hectares (35,0%) e 3.995.536 toneladas (112,0%)
Triticale: 13.300 hectares (-22,0%) e 38.085 toneladas (2,0%)
O plantio da aveia branca finalizou em julho e 49% da área já foram colhidas. Nas demais a cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (6%), floração (17%), frutificação (27%) e maturação (49%). O plantio da aveia preta também foi encerrado e 32% da área foram colhidas. Nas demais, a cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (5%), floração (21%), frutificação (21%) e maturação (53%). Os produtores já venderam 19% da aveia branca e 9% da preta.
A canola perdeu área para o trigo e o plantio foi concluído no início de junho. A colheita ocorreu em 20% da área e nas demais a cultura se encontra em frutificação (27%) e maturação (69%). Já foram comercializadas pelos produtores 9% da produção.
O plantio do centeio foi concluído em julho. A colheita já ocorreu em 8% da área e na restante a cultura se encontra nas fases de desenvolvimento vegetativo (6%), floração (56%), frutificação (28%) e maturação (10%). Os produtores já venderam 3% da produção.
A cevada foi totalmente plantada e a cultura se encontra nas fases de desenvolvimento vegetativo (17%), floração (57%), frutificação (24%) e maturação (1%).
A semeadura do trigo foi concluída em julho e em 41% da área já ocorreu a colheita, registrando produtividade de 2.805 kg/hectare. Nas demais, a cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (4%), floração (13%), frutificação (37%) e maturação (47%). Apenas 7,0% da produção já foram comercializadas pelos produtores e a preços decrescentes desde maio, quando os produtores receberam em média R$ 42,59 a saca. Em setembro, a média foi de R$ 29,97 a saca.
A semeadura do triticale também foi concluída em 16% da área já ocorreu a colheita, registrando produtividade de 2.581 kg/hectare. Nas demais áreas, em 17% a cultura se encontram em desenvolvimento vegetativo, 36% em floração, 17% em frutificação e 31% em maturação. Aproximadamente 3% da produção foram comercializadas pelos produtores.
As condições de clima nos meses de abril e maio favoreceram as operações de plantio e o desenvolvimento das culturas de inverno. Em junho, o excesso de chuva provocou erosão e o retardamento do plantio e atrapalhou o combate às pragas e doenças. Também em julho as frequentes precipitações em algumas regiões prejudicaram o combate às doenças e em agosto e setembro foram normais. Não ocorreram geadas que afetassem o potencial produtivo das lavouras.
Em 30 de setembro de 2014.