25/11/2014 17h51 - Atualizado em 25/11/2014 17h51

Análise do levantamento da CONAB da safra paranaense de cana-de-açúcar

Por Eugênio Stefanelo

O último levantamento da safra 2013/14, efetuado pelo DERAL/SEAB, apontou a área total de 666.551 hectares e a produção total de 49,081 milhões de toneladas de colmos. A estimativa de produção de colmos destinados à industrialização é de 42,2 milhões de toneladas. As estimativas de produção de açúcar e de álcool são de 3,04 milhões de toneladas e de 1,5 bilhão de litros, praticamente os mesmos volumes verificados na safra anterior. Segundo o DERAL, a colheita atingiu 93% do total previsto para o ano. A produção de açúcar foi de 2,7 milhões de toneladas e a de etanol 1,4 bilhão de litros, números 1,5% inferior e 13% superior ao produzido em igual período do ano anterior. Este levantamento do DERAL equivale a safra 2014/15 da CONAB e da ALCOPAR.

Segundo a ALCOPAR, na safra 2013/14 as empresas colheram e moeram 42,2 milhões de toneladas de colmos em 581,942 mil hectares. E para a safra 2014/15 deverão repetir praticamente os mesmos números de produção de colmos e de área colhida, ou seja, 42,5 milhões de toneladas e 581 mil hectares, que resultarão na produção de 3 milhões de toneladas de açúcar e de 1,5 bilhão de litros de álcool, também os mesmos valores alcançados na safra 2013/14.

Até o dia 15 do corrente mês, segundo a ALCOPAR, foram moídas 39 milhões de toneladas de cana, que resultaram na produção de 2,660 milhões de toneladas de açúcar e de 1,445 bilhão de litros de álcool. O ATR acumulado foi de 135 kg, levemente abaixo dos 135,43 kg verificados na safra 2013/14.

Das 30 plantas de moagem existentes no Estado 27 estão operando, duas fecharam as portas e uma vendeu os canaviais para outra empresa. Das 27 em operação cinco já encerraram a moagem desta safra. A maioria das demais encerrará a moagem durante a primeira quinzena de dezembro e algumas permanecerão moendo durante janeiro do próximo ano.

O déficit hídrico e as elevadas temperaturas que ocorreram nos meses de dezembro de 2013 e em janeiro e fevereiro deste ano retardaram o desenvolvimento das plantas, isto porque durante a estiagem as mesmas pararam de crescer. Mas a volta das precipitações a partir do final de fevereiro favoreceu a recuperação dos canaviais, embora o excesso de chuvas verificado durante o mês de junho atrapalhou a colheita e o transporte da cana, porque comprometeu a infraestrutura viária em diversas regiões do Estado.

Outra consequência do tempo seco e quente foi o início mais tardio da moagem da safra, apenas na segunda quinzena de março e por 14 a 15 usinas. As demais começaram a moer em abril e algumas, inclusive, no início de maio.

O menor volume de precipitações nos meses de setembro a novembro favoreceu a colheita e a moagem da cana.

Os preços médios do açúcar e do álcool, posto usina, na última semana, foram de R$ 43,66 a saca de 50 kg do açúcar, de R$ 1,38 o litro do anidro e de R$ 1,23 o litro do hidratado. Todos os preços estão um pouco mais elevados comparativamente aos praticados no ano passado e durante o primeiro semestre deste ano, mas continuam abaixo do custo de produção. O álcool representa melhor negócio para as empresas, embora continuem a operar com margens praticamente inexistentes ou negativas, explicando o fechamento de algumas e a entrada em recuperação judicial de outras empresas.

Em 25 de novembro de 2014.

Eugênio Stefanelo COLUNISTA Eugênio Stefanelo
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Apresentador do programa Negócios da Terra, professor da UFPR e doutor em economia agrícola.

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