05/03/2015 14h23 - Atualizado em 05/03/2015 14h23
Durante os meses de agosto e setembro as precipitações foram abaixo do normal. Somente no último decêndio de setembro ficaram acima da média, principalmente nas regiões centro sul e sudoeste do Estado. Em outubro e na primeira semana de novembro novamente foram abaixo da média nas regiões centro, norte e oeste do Estado e provocaram o atraso no plantio da safra de verão. No restante do mês, em dezembro e em janeiro e fevereiro deste ano foram regulares, mas com intensidade variável, verificando-se inclusive excesso em algumas regiões. A temperatura apresentou variações extremas e ficou acima da média em determinados períodos, registrando ondas de calor muito intensas e baixa umidade relativa do ar. Também se verificaram vendavais e chuvas de granizo em diversas regiões, eventos considerados normais em época de El niño fraco. No final de fevereiro a greve dos caminhoneiros provocou redução na movimentação da safra de grãos, de carne, de hortigranjeiros na coleta de leite.
ARROZ
Segundo o DERAL/SEAB, a área plantada de sequeiro é de 9.234 hectares e a irrigada de 19.086 hectares, registrando recuo em relação à safra passada de 15% na de sequeiro aumento de 2% na irrigada. As produções de 16.821 toneladas e de 145.062 toneladas, respectivamente, são 12,0% menor e 4,0% maior do que os volumes colhidos na safra 2013/14. O plantio do sequeiro foi concluído em dezembro e em 3% da área já ocorreu à colheita, com produtividade de 1.534 kg/ha. Nas demais áreas 4% da cultura se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, 13% em floração, 66% em frutificação e 17% na de maturação. O irrigado teve o plantio encerrado no início de janeiro e em 36% da área já ocorreu à colheita, com produtividade de 7805 kg/ha. Nas demais áreas a cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (5%), floração (19%), frutificação (32%) e maturação (44%). Os produtores já comercializaram 1% da produção de sequeiro e 19% da irrigada referente à safra 2014/15. Os preços médios recebidos pelos produtores permaneceram superiores aos preços mínimos durante os dois primeiros meses deste ano, R$ 48,13 e R$ 48,11 a saca do irrigado e R$ 50,84 e R$ 50,68 a saca do sequeiro, em janeiro e fevereiro, respectivamente.
FEIJÃO 1ª e 2ª SAFRAS
Segundo o DERAL/SEAB, na primeira safra, a área de 192.762 hectares e a produção de 332.147 toneladas são 19,0% e 17,0% menores do que os números verificados na safra 2013/14. Os baixos preços recebidos pelos produtores na comercialização da safra 2013/14 motivaram esta queda na área cultivada. O plantio foi concluído em dezembro e em 98% da área a cultura já foi colhida, registrando produtividade de 1.741 kg/hectare. Na área restante a cultura se encontra nas fases de frutificação (3%) e maturação (97%). Os produtores já comercializaram 75% da produção. A estimativa de área plantada na segunda safra é de 228.545 hectares, 16% inferior à registrada no ano anterior, e em 85% já ocorreu o plantio. A cultura atravessa as fases de germinação (14%), desenvolvimento vegetativo (61%) e floração (5%). A previsão de produção é de 453.719 toneladas, volume 13% maior do que o registrado na frustrada safra anterior. Os preços recebidos pelos produtores em dezembro foram mais baixos do que em janeiro e fevereiro deste ano. No cores, passaram de R$ 106,01 para R$ 143,17 e R$ 141,66 a saca. No preto, de R$ 99,52 para R$ 126,04 e R$ 124,51 a saca, respectivamente.
MILHO 1ª e 2ª SAFRAS
O DERAL estimou a área da primeira safra em 542.064 hectares, 18,0% menor do que aquela cultivada na safra anterior, e a produção em 4,636 milhões de toneladas, 15,0% inferior a colhida na safra 2013/14. A cultura perdeu novamente área para a soja, que apresenta maior liquidez e expectativa de rentabilidade. A semeadura foi retardada pela falta de umidade do solo, foi concluída no início de dezembro do ano passado e em 27% da área já se verificou a colheita, registrando produção média de 9.550 kg/hectare. Nas demais áreas a cultura atravessa as fases de floração (2%), frutificação (40%) e maturação (58%). O desempenho da segunda safra aponta os seguintes números: área de 1,865 milhão de hectares (-2%) e produção de 9,953 milhões de toneladas (-4,0%). O plantio atinge 49% da área e a cultura atravessa as fases de germinação (26%), desenvolvimento vegetativo (72%) e floração (2%). Da primeira safra 2013/14 os produtores já venderam 97% da produção e 71% da segunda safra. Da primeira safra 2014/15 4,3% já foi comercializada e 8,4% da segunda. No Paraná, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano os preços recebidos pelos produtores de R$ 20,73 e R$ 20,80 a saca ficaram levemente abaixo da cotação de dezembro de R$ 21,36 a saca. O governo alocou R$ 500 milhões para os leilões de PEPRO, depois reduzidos para R$ 300 milhões, e até agora ocorreram com produto originado dos Estados do Brasil Central e Centro Oeste. Não ocorreram intervenções de compra ou PEPRO com produto paranaense.
SOJA
A relação mais favorável dos preços da soja em relação ao milho induziu ao aumento de 3,0% na área plantada da leguminosa, para 5,072 milhões de hectares, segundo o DERAL/SEAB. A produção estimada de 16,76 milhões de toneladas é 15,0% maior do que o volume colhido em 2013/14, mas inferior ao potencial inicialmente estimado em função do impacto das condições climáticas adversas nas lavouras plantadas no cedo (seca e temperaturas elevadas). A semeadura foi retardada pela falta de umidade no solo e foi concluída em dezembro passado. A colheita já foi realizada em 28% da área e a produtividade média foi de 3.307 kg/hectare. Na demais, a cultura atravessa as fases de floração (6%), frutificação (54%) e maturação (40%). N segunda safra, embora não recomendada tecnicamente, a área plantada foi estimada em 127.990 hectares e a produção em 255,58 mil toneladas, números 17% e 30% maiores do que os verificados na safra anterior. Em 81% já ocorreu o plantio e a cultura atravessa as fases de germinação (27%), desenvolvimento vegetativo (70%) e floração (2%). Os produtores já venderam 94,4% da safra 2013/14. Também já comercializaram 16,1% da produção desta safra 2014/15, parte antecipadamente, aproveitando as condições favoráveis de preços. O leve atraso na colheita da safra americana, as irregularidades do clima na América do Sul e o aumento na taxa de câmbio provocaram a recuperação dos preços nos três últimos meses de 2014, chegando em novembro e dezembro na média de R$ 58,27 a saca. Em janeiro e fevereiro deste ano as cotações ficaram abaixo deste patamar, R$ 55,75 e R$ 56,19 a saca.
CULTURAS DE INVERNO SAFRA 2014/15 OU 2015, SEGUNDO A CONAB
O DERAL/SEAB também divulgou as primeiras estimativas de área e produção para o trigo, de 1.361,3 mil hectares e 3.884,7 a 4.315,9 mil toneladas, números 2% menor e 8% maior, respectivamente, aos verificados na safra anterior. A lenta comercialização da safra anterior e por preços menores do que as expectativas iniciais, gerando baixa ou negativa rentabilidade, são os principais fatores que estão desestimulando o plantio da gramínea. Da safra 2013/14 ainda resta 25% do total por comercializar e os preços médios recebidos em janeiro e fevereiro foram de R$ 30,34 e R$ 30,66 a saca, respectivamente. Em 3 de março de 2015-03-05